Outubro
Rosa é uma campanha de conscientização realizada por diversas entidades no mês
de outubro dirigida a sociedade e as mulheres sobre a importância da prevenção
e do diagnóstico precoce do câncer de mama.
História
O
movimento começou a surgir em 1990 na primeira Corrida pela Cura, realizada em
Nova York, e desde então, promovida anualmente na cidade. Entretanto, somente
em 1997 é que entidades das cidades de Yuba e Lodi, também nos Estados Unidos, começaram
a promover atividades voltadas ao diagnóstico e prevenção da doença, escolhendo
o mês de outubro como epicentro das ações. Hoje o Outubro rosa é realizado em
vários lugares, inclusive no Brasil.
1
- O que causa o câncer de mama?
Na
maioria dos casos de câncer de mama, não há uma causa específica. Há alguns
fatores que estão associados ao aumento do risco de desenvolver a doença. A
própria idade é um deles, pois a chance aumenta na medida em que se envelhece.
Menarca precoce, menopausa tardia, nuliparidade (não ter filhos), primeiro
filho em idade avançada, não amamentação e uso de terapia de reposição hormonal
são fatores associados ao risco. Consumo excessivo de álcool, obesidade na
pós-menopausa e sedentarismo também. Os fatores hereditários são responsáveis
por menos de 10% dos cânceres de mama. O risco é maior quando os parentes
acometidos são de primeiro grau (pai, mãe, irmãos, filhos).
2
- Atinge homens em que proporção?
O
câncer de mama em homens é raro. Estima-se que, do total de casos da doença,
apenas 0,8% a 1% ocorram em pessoas do sexo masculino.
3
- Existe algum sintoma além de caroço no seio?
A
forma mais habitual é o aparecimento de nódulo, geralmente indolor. Outros
sinais e sintomas menos frequentes são edemas semelhantes à casca de laranja,
irritação ou irregularidades na pele, dor, inversão ou descamação no mamilo e
descarga papilar (saída de secreção pelo mamilo). Podem também surgir nódulos
palpáveis na axila.
4
- É sempre possível notar a doença por meio do toque nos seios?
Não,
a patologia tem uma fase em que as lesões são do tipo não-palpáveis. Por isso,
é importante a realização de exames de imagem na faixa etária de maior risco.
5
- Segundo o Inca, o autoexame não é estimulado como medida de detecção. Por
quê?
Considerando
as evidências atualmente disponíveis, não se pode recomendar ou fomentar o
ensino do autoexame como método de rastreamento. Também não foi evidenciada
diminuição da mortalidade por câncer de mama com o uso do autoexame.
Entretanto, o Inca destaca a importância de que a mulher esteja atenta ao seu
corpo e à saúde das mamas. A recomendação é que, diante da observação de
qualquer alteração ou mudança nas mamas, busque imediatamente a avaliação de um
médico.
6
- Prótese de silicone nos seios pode levar à doença?
Não
há evidência científica de que exista associação entre implantes mamários de
silicone e o risco de desenvolvimento de câncer de mama.
7
- Como é o tratamento de câncer de mama?
O
tratamento é multidisciplinar, ou seja, deve incluir a opinião de vários
especialistas médicos, como o mastologista, o radiologista, o oncologista
clínico, o radioterapeuta, assim como enfermeira especializada, psicóloga,
fisioterapeuta e assistente social. Habitualmente, o tratamento pede cirurgia e
é complementado pela radioterapia e quimioterapia/hormonioterapia.
8
- Quais são as chances de cura de câncer de mama?
Quando
diagnosticado precocemente, há até 95% de chance de cura. Por isso, é
importante que toda mulher de 50 a 69 anos faça mamografia a cada dois anos.
9
- Quais mudanças de hábito podem diminuir a chance de desenvolver câncer de
mama?
Mudar
estilo de vida pode reduzir 28% dos casos de câncer de mama. A ingestão
excessiva de álcool aumenta as chances de ter câncer de mama porque altera os
níveis hormonais, como o do estrogênio (toda mulher o produz, mas existe uma
atuação importante dele no desencadeamento da patologia). Caso tenha células
precursoras de câncer, essas taxas elevadas podem favorecer a multiplicação
delas. Se o consumo de bebidas alcoólicas fosse moderado, com no máximo um
drinque por dia (uma lata de cerveja, um cálice de vinho, uma dose de bebida
destilada), reduziria em 6% a incidência.
O
excesso de peso precisa ser eliminado, porque significa alteração nos níveis
hormonais. Além disso, quando as células de gordura estão repletas, liberam
fatores pró-inflamatórios. É como se a pessoa estivesse em um processo de
inflamação generalizada, o que a torna mais vulnerável a fatores cancerígenos.
O recomendado é que o índice de massa corporal não ultrapasse 25, prevenindo
14% dos diagnósticos.
Deixar
de lado o sedentarismo queima as gorduras e equilibra os hormônios. Mas tem de
ser em ritmo moderado, como uma caminhada mais acelerada, e por, no mínimo, 30
minutos diários. Com o tempo, a dica é tentar aumentar a intensidade ou
estender o período. A medida isolada pode diminuir em 11% os casos de câncer de
mama.
10
- Quais alimentos ajudam a prevenir a doença?
Os
de origem vegetal: frutas, legumes, verduras e leguminosas (como feijão,
lentilha, grão-de-bico). Têm o poder de inibir a chegada de compostos
cancerígenos às células e, ainda, consertar o DNA danificado quando a agressão
já começou. Se a célula foi alterada e não foi possível consertar o DNA, alguns
compostos promovem a morte delas, interrompendo a multiplicação desordenada.
A
ideia de que determinado alimento é bom para tal tipo de câncer não se aplica.
Tem de haver sinergismo entre os compostos, o que ajuda em todos os tipos da
doença. Por isso, é importante variar a alimentação ao máximo. A recomendação é
consumir, no mínimo, 400g por dia de vegetais, sendo 2/5 de frutas e 3/5 de
legumes e verduras. Cada porção equivale a uma quantia que caiba na palma da
sua mão, do produto picado ou inteiro, totalizando 80g.
11
- O que não se deve comer para ajudar na prevenção?
Entre
os alimentos prejudiciais estão os embutidos, que apresentam grande quantidade
de sal, nitritos e nitratos. Os conservantes em contato com o suco digestivo do
estômago se transformam em compostos cancerígenos. Evite ao máximo comê-los,
mas o ideal é que não sejam consumidos.
Limite
carne vermelha a 50g semanais. A forma de preparo dos alimentos, especialmente
das carnes (de qualquer tipo), pode influenciar. Os feitos na chapa ou fritos
trazem malefícios, porque a exposição a altas temperaturas também atua na
formação de compostos cancerígenos. Prefira levá-los ao forno ou usá-los em
ensopados. Se quiser grelhar, opte pelo pré-cozimento. O churrasco também eleva
os riscos. Além da temperatura alta, a fumaça do carvão tem dois componentes
cancerígenos (alcatrão e hidrocarboneto policíclico aromático), que impregnam
na refeição.
12
- Qual é a importância da amamentação?
Amamentar
diminui entre 10% e 20% os riscos de a mãe ter a doença. Enquanto o bebê suga o
leite, o movimento promove uma espécie de esfoliação do tecido mamário por
dentro. Assim, se houver células agredidas, são eliminadas e renovadas. Quando
termina a lactação, várias células se autodestroem, entre elas algumas que
poderiam ter lesões no material genético. Outro benefício é que as taxas do
hormônio feminino estrogênio caem durante o período de aleitamento.
13
- Pílula anticoncepcional aumenta o risco da doença?
Existem
estudos que demonstram fraca relação de causalidade entre pílula
anticoncepcional e risco da doença, enquanto outros demonstram alguma relação.
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