quinta-feira, 27 de novembro de 2025

Educação sempre!

 



Estudar em Universidades é privilégio de poucos; profissionais bacharelados e até dona-de-casa incentivam seus familiares a ingressarem no caminho da educação   

No início do século XX, estudar era privilégio para poucos. Para as mulheres era ainda mais difícil, quase um sonho. A maioria das pessoas fazia apenas o primário (considerado ciclo básico) por ser mais acessível às famílias. 

Nessa época as mulheres ainda não haviam adquirido os mesmos direitos que desfrutam na sociedade moderna. E, isso dificultava sua estadia na escola. De acordo com relatos desse período, as filhas aprendiam desde cedo os afazeres domésticos: cozinhar, costurar etc. Eram verdadeiras donas-de-casa, para mais tarde serem mães. 

Estudar era considerado algo para a elite. A população mais pobre não tinha acesso e condições de frequentar escolas. As famílias costumavam ensinar seus filhos através dos ensinos religiosos. Principalmente as meninas. Já os rapazes eram incentivados a entrar no exército e seguir carreira para terem disciplina, profissão e estudo. 

Para as famílias que moravam nas cidades o acesso à educação foi se expandindo e começou a ficar mais fácil frequentar escolas. No entanto, para aqueles que viviam no campo e trabalhavam nas lavouras, o estudo era precário – essa dificuldade podemos presenciar ainda hoje. 

Outro fator importante de ser lembrado é que o ensino público daquele tempo era considerado o melhor. Frequentavam escolas públicas, normalmente os filhos dos ricos. As escolas particulares eram consideradas com um nível de ensino muito fraco comparado com o ensino público.

Incentivo à educação 

Isabel Galvão, 72, dona-de-casa, conta que estudou até a quarta série do primário porque onde morava, Itatiba-SP, não possuía escola para os demais anos. Para continuar com os estudos, teria que ir para outra cidade, ou para colégios internos, mas isso não era possível devido ao custo que acarretaria. 

“Eu e todos os meus irmãos estudamos pelo menos até a quarta série. Apenas um, o Mauro Fonseca, fez o ginásio, porque começou depois. A primeira escola que teve ginásio em Itatiba foi em 1949, ele se formou com 23 anos”, conta Isabel. 

Ela diz também, que na sua casa havia um grande incentivo ao estudo, pois já tinham tias professoras e outros parentes já formados. Sabia-se que não era fácil manter o estudo, pois naquela época as dificuldades eram bem maiores e existiam poucas universidades. Todos os que estudaram, vieram para São Paulo para terem mais oportunidades, pois nas cidades do interior mesmo vivendo no centro, as possibilidades de crescimento eram raras. 

“Eu nunca pude ajudar meus filhos com a educação, em relação a dinheiro, mas auxiliava no que podia quando estavam na escola. Depois apoiei sempre que fizessem um curso superior. Todos são formados e agora, graças a Deus vejo meus netos no mesmo caminho. Para mim é uma alegria, pois não existe nada mais importante do que o conhecimento na vida das pessoas”, diz Isabel. 

Miriam Andrade e Silva, 84, química, se formou na Universidade de São Paulo. Ela comenta que sua vida toda foi voltada para os estudos, pois naquela época já era difícil entrar em universidade pública. 

“Quando prestei vestibular havia apenas 20 vagas para o curso de química. Estudei muito e nem achava que iria passar. Os professores exigiam demais, era muito puxado”, observa Miriam. 

Ela nasceu em Maceió e veio para São Paulo com dez anos. Conta que sempre fez questão de ser a primeira aluna da sala, pois sabia que para conseguir seu objetivo era essencial estudar muito. A química atuou na área por três anos no Laboratório Matarazo, onde analisava as matérias primas. “Eu adorava estudar os compostos químicos, as tabelas periódica e muita matemática”, diz Miriam. 

Para ela, a dificuldade de entrar em universidades é a mesma de antigamente, pois as vagas sempre foram poucas e a concorrência grande. Mas acha que agora os professores são mais sossegados, antes não tinha moleza. Como sempre se preocupou com estudo incentivou ao máximo seus filhos a estudarem. “Eu tenho cinco filhos e graças a Deus todos fizeram faculdade. Dois são engenheiros, um médico, um físico e uma arquiteta”, fala com orgulho.

Seu marido Leandro Andrade e Silva, que já é falecido, também orientou muito os filhos a fazer faculdade, pois ele era médico cardiologista, formado pela USP e trabalhava no ENCOR. 

Tanto antigamente como hoje, a educação sempre dependeu dos fatores financeiros de cada família, da política que rege o país, do local que as pessoas residem, mas, acima de tudo depende do incentivo que vem de dentro de casa e da vontade individual de cada um.

De acordo com a educação que tivermos é que construiremos nossos ideais tanto para realizarmos nossos projetos pessoais e profissionais, como para incentivar outras pessoas a se especializarem naquilo que desejam. No entanto, é preciso deixar claro que esse é um caminho difícil. Muitas vezes é necessário se anular de diversões para ficar o dia inteiro estudando, até alcançar a meta.


Escrita por Angely Biffi

Matéria para a Revista da Faculdade - 20/11/2005

terça-feira, 25 de novembro de 2025

A importância da Curadoria e por que ela decide o sucesso de um chatbot

 


Para começar vou falar da importância da curadoria, vamos começar falando a verdade, no mundo real, ninguém gosta de falar com um atendimento confuso, que dá respostas desencontradas, inconsistentes, ou fora do contexto. 

E, no digital, isso não é diferente, isso vira frustração, e frustração vira abandono, retrabalho, aumento de SAC, queda de NPS e desgaste da marca. Por isso, é importante ter um bom profissional para fazer o trabalho de curadoria. Curadoria é muito mais do que revisar conteúdo.

Curadoria é garantir que o chatbot fale a mesma língua da marca. É eliminar respostas incoerentes, desatualizadas, ou inúteis.

Curadoria é manter consistência entre tom de voz, fluxos e mensagens. É revisar a lógica, as intenções, as exceções e o que acontece quando não acontece o esperado.

Curadoria é filtrar o que faz sentido e descartar o que só polui a experiência.

Curadoria é UX na sua forma mais ativa, pois questiona, conecta, ajusta e refina os conteúdos.

E, afinal qual o papel da curadoria dentro do UX Design?

Para UX Designers, especialmente, os UX Writers, que trabalham com conteúdo, a curadoria traz uma camada essencial. 

A curadoria dá consistência para o usuário encontra uma linha narrativa clara e confiável.

A curadoria traz confiança, um bot bem editado passa segurança, reduz atrito e melhora a percepção da marca.

A curadoria mostra uma acurácia relevante e evita respostas equivocadas, desatualizadas, ou perigosas.

A curadoria traz clareza, com ela você consegue deixar seus textos enxutos, diretos, pensados para reduzir esforço cognitivo.

A curadoria traz eficiência com menos ruído, menos camadas, menos retrabalho.

Uma boa curadoria é feita aos poucos, com tempo, é uma evolução contínua. A experiência não “morre” após o lançamento. Ela é acompanhada, revisada e aprimorada diariamente.

UX sem curadoria vira acumulação. Curadoria sem UX vira catalogação. Juntos, os dois constroem experiências vivas e com resultados eficientes.

A curadoria é muito importante para todos os profissionais que trabalham com conteúdo, mas para quem trabalha com chatbot, a curadoria é essencial.

Se existe uma área em que a curadoria se torna indispensável, é aqui. Chatbots são organismos dinâmicos. Eles mudam, crescem, aprendem e… erram. Por isso, é de extrema importância ter um profissional para atuar na curadoria de chatbot e fazer uma boa curadoria de chatbot inclui alguns pontos de atenção, como:

  • Revisão contínua de conversas reais: o que o usuário está dizendo? Onde o bot falha? Onde ele acerta? Sem isso, você gerencia um bot cego.
  • Estrutura clara de conteúdo: materiais organizados por categoria, intenção, macro fluxos, tags, atualizações e dependências entre respostas.
  • Governança: quem revisa, quem publica, quem monitora, quem ajusta.
  • Tom de voz consistente: nada de múltiplas personalidades dependendo do horário, ou do autor do texto.
  • Métricas e análise: quais fluxos têm mais insucesso? Quais intenções caem sempre no fallback? A curadoria é onde os insights se transformam em melhorias.
  • Correção de rotas: quando uma resposta falha, não é só editar o texto, é entender a causa, revisar o fluxo e garantir que o problema não se repita.
E, atenção! Chatbots não falham por tecnologia. Eles falham por falta de curadoria.

Sim, isso mesmo, na maioria das vezes, boa parte dos erros, quedas e insatisfações em chatbots não é falha técnica. É falta de curadoria.

Alguns exemplos de erros em chatbots, que você já deve ter visto:
  • O bot responde certo, mas com um tom frio, mecânico, ou prolixo demais.
  • O fluxo até existe, mas não conversa com o contexto do usuário.
  • A resposta é tecnicamente correta, mas não resolve a intenção real.
  • Há 10 variações diferentes de um mesmo texto, cada uma escrita por um time.
  • Atualizaram o processo interno, mas esqueceram de atualizar o bot.
  • O bot entende o pedido, mas devolve algo mal escrito, confuso, ou estranho.
Tudo isso é falta de revisão, de governança, de organização e de uma visão estratégica do conteúdo. É falta de curadoria!

Curadoria é o que evita o caos. É o que transforma um chatbot em um canal de experiência, com conteúdo útil, om uma comunicação fluida e humanizada.

No fim, curadoria é sobre ter responsabilidade com o usuário. UX Designers podem desenhar telas lindas. UX Writers podem escrever textos incríveis. Desenvolvedores podem integrar soluções complexas.

Mas, se não existir quem cuide, quem revisa, quem questiona, quem centraliza e organiza o conhecimento, tudo isso desmorona.

O usuário não vê fluxos, documentação, ritos internos. Ele vê o que aparece na tela e a resposta que recebe.

E essa é a grande verdade, o chatbot é a face mais exposta de uma marca.

E a curadoria, o curador é quem garante que essa face seja incrível e confiável.

Pense nisso! Não adianta ter um bom chatbot, se não tiver um bom profissional nos bastidores para fazer o show acontecer. 


Escrita por Angely Biffi
25/11/2025


Educação sempre!

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