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Pensar no longo prazo

Depois da crise, empresas passam a olhar com mais atenção a remuneração de seus executivos



A crise econômica deflagrada em setembro de 2008 deixou empresas e executivos de cabelo em pé. Da parte delas, a preocupação com o próprio futuro - o que levou muitas a reverem seus custos (e a promover a redução deles). Da parte dos profissionais, a expectativa era devida às possibilidades de cortes do número de funcionários (até para reduzir os custos) e o futuro dos modelos de remuneração adotados. Dos dois lados, algumas preocupações se concretizaram: as empresas tiveram de reduzir custos e, algumas, foram obrigadas a demitir. Além disso, repensam o sistema de remuneração no pós-crise. No entanto, as demissões foram praticadas depois de terem sido esgotadas todas as outras formas de diminuir os custos... "Antes, a demissão era o primeiro item da lista", disse Felipe Rabelli, diretor da Towers Watson em sua palestra, Remuneração: as lições da crise - E agora, como fica?

Ele contou que, entre as alternativas encontradas pelas empresas para manter os custos num patamar aceitável nos meses de turbulência foram diminuir as viagens desnecessárias, reduzir o orçamento de eventos e, outro fator importante, adiar a implantação de projetos que estavam dentro da agenda. Tudo para equilibrar os custos. E por falar em equilíbrio, Carlos Alberto Griner, diretor executivo da Suzano, explicou que esse é o maior desafio no que se refere à remuneração nas empresas. Ele contou que quando iniciou sua jornada na Suzano, ficou frustrado com o que viu no que dizia respeito à remuneração dos executivos, que era muito ruim. "Isso acontecia devido à alteração do grande valor da celulose. O que poderia melhorar esse desempenho? Era preciso estabelecer uma meta acertada. E como fazer isso?", comentou Carlos Alberto.

"A sugestão e, solução, que encontrei foi pegar uma parte da variável e orçar. E se essa parte fosse atingida, pagava toda a remuneração. Dessa maneira, as outras partes das metas coletivas conseguiam sobreviver por causa das metas já orçadas", disse Griner. Adriana Barreta, superintendente da Lopes, empresa de comercialização e consultoria de imóveis, concordou que a preocupação que ainda atinge várias empresas são os modelos de remuneração variável. Mais precisamente os indicadores, "o recheio". "Isso significa a particularidade de cada empresa, as metas de cada modelo; isso é o que importa realmente", disse Adriana. Ela reforçou que o um bom caminho em remuneração é o modelo de longo prazo, pois assim, garante o orçamento da empresa e diminui o risco.

O debate foi mediado por Gilberto Martelli, sênior vice-presidente de recursos humanos MARSH. Ele afirmou, depois das explanações de Rebelli, Griner e Adriana, que fazer um redesenho dos modelos de remuneração irá melhorar os índices das empresas do país. "Remuneração é a porta de entrada para qualquer pessoa dentro de uma instituição; mas o que vai levar o indivíduo a ficar na empresa são outros fatores, como o gestor, os planos de ação e o ambiente agradável para desempenhar seu trabalho."

Escrita por Angely Biffi
Para Revista Melhor - CONARH 2010

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