Para quem está estudando algum curso na área de educação, precisa conhecer esse autor e esse texto, por isso, quero deixar uma síntese para que posteriormente, vocês possam se aprofundar. Este texto nos faz pensar na educação como um todo, em todos os seus programas, em todas as suas etapas, apesar do autor falar em
educação do futuro, sobre a formação dos jovens como futuros cidadãos, essa
educação é a nossa, do nosso dia a dia, e, é com essa educação atual que
devemos nos preocupar e buscar o novo, devemos perde o medo e a insegurança, e
fortalece a vontade de criar e recriar, transformando o que nos cerca, com
responsabilidade e equilíbrio, sempre na tentativa de ajudar os jovens a se
encontrarem no universo acadêmico e profissional.
Segundo Edgar Morin os setes saberes são:
1. Conhecimento: A educação fornece conhecimento, mas
não nos ensina a entender esse conhecimento, não nos faz pensar como esse
conhecimento foi adquirido e desenvolvido. Podemos afirmar que o conhecimento
nunca é um reflexo ou espelho da realidade, e sim que o conhecimento é sempre
uma reconstrução, por isso são sujeitos a erros e a ilusões. Portanto, o
problema do conhecimento não deve ser um problema restrito aos filósofos, e sim
de todos e cada um deve levá-lo em conta desde muito cedo e explorar as
possibilidades de erro para ter condições de ver a realidade, porque não existe
receita milagrosa para perceber a realidade do mundo.
2. Conhecimento
Pertinente: Nós
como educadores devemos mostrar aos alunos o conhecimento dos problemas
globais, os conteúdos fragmentados impedem o entendimento, já o conhecimento do
global, a partir, do conhecimento generalista, do todo, conseguimos
contextualizar os acontecimentos do mundo em suas determinadas regiões e colocar
o conhecimento no contexto da situação daquele jovem. O próprio Edgar Morin
enfatiza esse nosso pensamento: “O contexto tem necessidade, ele mesmo, de seu
próprio contexto. E o conhecimento, atualmente, deve se referir ao global”.
3. Identidade
Humana: A melhor maneira
de explicar a Identidade Humana é usar a própria definição do autor, que a meu
ver sintetiza e explica muito bem essa condição. “O relacionamento entre
indivíduo-sociedade-espécie é como a trindade divina, um dos termos gera o
outro e um se encontra no outro”. “A realidade humana é trinitária”. Podemos
afirmar que o ser humano é uma unidade complexa, é um ser ao mesmo tempo é
físico, biológico, psíquico, cultural, social e histórico, sendo assim não
podemos educar sem levar em conta todos esses fatores da condição humana, o
principal objeto de estudo dentro de uma sala de aula deve ser a identidade
humana, as disciplinas escolares devem interagir e integrar os conteúdos
promovendo o desenvolvimento do humano em sua totalidade.
4. Compreensão
Humana: Hoje em dia as
pessoas não estão preocupadas em compreender ninguém. Somos pessoas muito
individualistas, não nos importamos com o sentimento de quem está ao nosso
lado, mas isso se deve também a educação, a forma em como educamos nossos
alunos, pois não existe a preocupação de ensinar a ser compreensivo, de ser
acolhedor, sensível com o próximo, e por isso, cada vez mais vivemos em um
mundo onde as pessoas se preocupam apenas com si, mas apesar disso, também não
são capazes de se auto avaliarem, não existe compreensão nem de si mesmo e
muito mesmo com os outros.
5. Incerteza:
Nós preparamos os alunos para o mundo
certo, exato, no entanto, em nosso dia a dia, nos deparamos com várias
incertezas, limitações, surpresas, imprevistos, e muitas vezes, nós não sabemos
lidar com essas situações e não conseguimos ensinar nossos estudantes a lidar
com tais acontecimentos. Dessa forma, a escola deve preparar os alunos para
enfrentarem os desafios inesperados, fortalecendo as suas estruturas mentais
para que o indivíduo possa resolver seus problemas em quaisquer situações. “É necessário tomar consciência de que as
futuras decisões devem ser tomadas contando com o risco do erro e estabelecer
estratégias que possam ser corrigidas no processo da ação, a partir dos
imprevistos e das informações que se tem” (Morin).
6.
Condição Planetária: Edgar Morin diz Condição Planetária
para o que podemos também chamar de Globalização, também podemos mencionar
nesse item o filme Ponto de Mutação, onde a personagem Sônia diz que tudo está
conectado. Vivemos em um mundo cheio de informações, no entanto, os
professores, pesquisadores, filósofos não conseguem agregar esses conhecimentos,
precisamos admitir que essa é uma questão complexa, é difícil fazer uma conexão
entre pontos econômicos, ideológicos e sociais, mas os problemas estão todos
amarrados uns aos outros, então precisamos mostrar aos educandos, que o
acontecimento da localidade interfere na global, que tudo está interligado, a
parte no todo e o todo nas partes, e que uma crise planetária muda o destino de
cada um.
7.
Antropo-ética: A ética deve conduzir o humano a um
caráter sociável e humanizado. Algo como uma trindade: indivíduo, sociedade e
espécie, (Morin). Precisamos ensinar aos nossos alunos a força desses três
alicerces, precisamos mostrar que eles devem estar integrados para permitir uma
mudança de pensamento, para que se transforme a concepção fragmentada do mundo,
que impede a visão total da realidade. Tudo o que fazemos reflete em nós
mesmos, por isso, precisamos ter consciência dos atos que praticamos,
desenvolvendo o ser humano em suas individualidades, para que de forma
consciente tudo o que se pratica seja feito com o pensamento em si, mas também para
o coletivo.
A educação deve formar o indivíduo para
as relações globais e não individuais. Precisamos parar de pensar de forma
individual e começar a pensar mais no coletivo.
Por Angely Biffi
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