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Dra. Raquel Rizzi, presidente do CRF-SP fala sobre o tema Farmacêutico Magistral




1 – Os farmacêuticos são profissionais da saúde de tradição milenar, sucessores dos boticários. De onde surgiu e porque se tem esse nome Farmacêutico magistral?

História e informações coletadas na internet (http://www.dicio.com.br/magistral/ e http://www.magistral.far.br/html/home.php)

Significado de Magistral: adj. Relativo ao mestre; imperioso, autoritário: tom magistral.
Que tem a marca da superioridade, da excelência; irrepreensível, perfeito: uma obra magistral. Medicamento magistral, o que se prepara na farmácia mediante receita, em oposição ao medicamento oficial, que se vende preparado.

A história da Farmácia Magistral iniciou-se em 25 de janeiro de 1975. O seu objetivo inicial era atender a demanda de clientes pacientes ambulatoriais que procuravam a farmácia Interna do Hospital para o aviamento de produtos manipulados prescritos por médicos da Instituição. A confiabilidade, a seriedade, a competência e o profissionalismo dos idealizadores, delinearam a política da nova empresa que a segue até os nossos dias.

Voltada na busca de um diferencial competitivo constante, a Farmácia Magistral inovou ano a ano, ora em produtos, ora no atendimento e assistência profissional ao médico e ao paciente, ora tecnologia, ora em layout. A   Farmácia Magistral possui ampla e modernas instalações obedecendo rigorosamente às normas estabelecidas pela legislação atual, com laboratórios individualizados para a manipulação das diversas formas farmacêuticas.

2 – O Farmacêutico magistral é responsável por quais ações dentro da sua área profissional?

No âmbito da farmácia magistral, o farmacêutico é responsável e competente para definir, aplicar e supervisionar os procedimentos operacionais e farmacotécnicos estabelecidos no processo de manipulação magistral, e ainda, pelas funções que delegar a terceiros, cabendo-lhe na autonomia de seu exercício profissional, cumprir e fazer cumprir, as atribuições:
a) Avaliar e definir a infra-estrutura da farmácia e promover através de treinamentos os ajustes necessários à adequação de instalações, equipamentos e serviços.
b) Orientar sobre os materiais, equipamentos e utensílios básicos, que o estabelecimento deve ter para a realização de suas atividades.
c) Inspecionar os materiais, equipamentos e utensílios devendo estes serem instalados, utilizados e localizados de forma a facilitar a utilização e a manutenção dos
mesmos.
d) Submeter os equipamentos à manutenção preventiva ou corretiva, obedecendo a procedimentos operacionais escritos, com base nas especificações dos manuais dos fabricantes.
e) Definir e organizar as áreas e atividades técnicas da farmácia, de acordo com os procedimentos operacionais estabelecidos;
f) Especificar e supervisionar a seleção, aquisição, inspeção e armazenagem das matérias-primas e materiais de embalagem necessários ao processo de manipulação;
g) Estabelecer critérios e supervisionar o processo de qualificação de fornecedores;
h) Notificar à autoridade sanitária quaisquer desvios de qualidade de insumos farmacêuticos, conforme legislação em vigor;
i) Avaliar a prescrição quanto à concentração, compatibilidade físico-química, dose, via de administração e forma farmacêutica e decidir sobre o aviamento;
j) Assegurar as condições necessárias ao cumprimento dos procedimentos operacionais estabelecidos para manipulação, armazenamento, dispensação e transporte;
k) Garantir as condições dos materiais quanto ao status de quarentena, aprovado ou rejeitado, como também a ordem de entrada e vencimento dos materiais.
l) Garantir que somente pessoal autorizado e devidamente paramentado entre na área de manipulação;
m) Manter arquivo, informatizado ou não, de toda a documentação correspondente à preparação;
n) Determinar o prazo de validade para os produtos manipulados de acordo com os critérios técnicos estabelecidos;
o) Assegurar que os rótulos das matérias primas fracionadas e dos produtos manipulados sejam elaborados de maneira clara e precisa, nos termos da legislação em vigor;
p) Responder pelo controle de qualidade e, ainda, em caso de terceirização de análises de controle de qualidade, firmar o contrato entre as partes;
q) Participar de estudos de farmacovigilância;
r) Informar às autoridades sanitárias a ocorrência de reações adversas e/ou interações
medicamentosas, não previstas;
s) Participar, promover e registrar as atividades de treinamento operacional e de educação continuada;
t) Manter atualizada a escrituração dos livros de receituário geral e específicos, podendo ser informatizada;
u) Desenvolver e atualizar regularmente os procedimentos operacionais;
v) Manter a guarda das substâncias sujeitas a controle especial e dos medicamentos que as contenham e efetuar os registros dos controles de movimentação, de acordo com a legislação em vigor;
w) Fracionar e dispensar medicamentos;
x) Transformar especialidade farmacêutica quando da indisponibilidade da matéria prima no mercado e ausência da especialidade na dose e concentração e ou forma farmacêutica compatíveis com as condições clínicas do paciente, de forma a adequá-la à prescrição;
y) Supervisionar e promover auto-inspeções periódicas.


3 – Para o farmacêutico se tornar um farmacêutico magistral é necessário alguma especialização? Que caminho a pessoa deve percorrer para chegar neste patamar?

O curso de graduação em Farmácia possui disciplinas que preparam o farmacêutico para atuar na área magistral. No entanto, assim como em outras áreas de atuação profissional, o farmacêutico deve buscar constantemente aperfeiçoar-se e conhecer tecnologias e procedimentos que possam agregar conhecimentos para exercer a atividade com excelência.

4 - O ano 2000 foi um marco importante na história da farmácia magistral. A então recém criada Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), publicou a RDC 33/00 trazendo o Manual de Boas Práticas de Manipulação – ocorreu a normatização do setor. A partir daí muita coisa mudou que mudanças foram essas, foram positivas ou negativas para o setor?

A farmácia magistral passou por uma série de regulamentações desde o ano de 2000 que desencadearam mudanças profundas em seus alicerces. Ocorreu adaptação as novas determinações, além de revisão de conceitos e procedimentos de qualidade. Isso gerou um período difícil, de muito investimento, mas que funcionou como um propulsor para uma nova realidade, onde é essencial a aquisição de conhecimento e aprimoramento do gerenciamento dos processos de manipulação, visando a garantia da qualidade e redução de riscos sanitários.

5 - Hoje os farmacêuticos magistrais são referência mundial em manipulação – os estrangeiros admiram essa tecnologia e amplitude de atuação. Vocês alcançaram uma importância inquestionável no contexto geral da farmácia no Brasil, portanto é necessária a sobrevivência desse segmento, onde o farmacêutico tem papel tão relevante e insubstituível em sua especialidade. O que vocês fazem e como fazem para  continuar com esse prestigio mundialmente?

O prestígio da farmácia magistral brasileira deve-se à confiança adquirida pelo setor perante a população e classe prescritora, e isso ocorre como fruto do trabalho do farmacêutico magistral. Na base desse sucesso está o tratamento individualizado atendendo à necessidade de cada paciente em específico, aliado à competência técnica e atenção farmacêutica (que compreende atitudes, valores, responsabilidades, competências e habilidades do farmacêutico na prestação da farmacoterapia, objetivando a obtenção de resultados terapêuticos definidos na saúde e na qualidade de vida do usuário do medicamento).

Escrita por Angely Biffi - Assessoria de Imprensa - NA Comunicação - Bayer

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