Entrevista realizada em 18.09.2007, com Milton
F. da Rocha Filho, na época era editor coordenador da Agência Estado/ chefe de
reportagem de captação.
Milton F. da Rocha Filho: nasceu em 17 de dezembro de 1945, em São Paulo (SP). Formou-se em Comunicação Social, Marketing e Propaganda na primeira turma da Fundação Armando Álvares Penteado (Faap/SP), em 1970.
É editor do portal InfoEnergia, desde janeiro de 2010, e do Jornal do Blog, site que criou em 2012.
Milton F. da Rocha Filho: nasceu em 17 de dezembro de 1945, em São Paulo (SP). Formou-se em Comunicação Social, Marketing e Propaganda na primeira turma da Fundação Armando Álvares Penteado (Faap/SP), em 1970.
É editor do portal InfoEnergia, desde janeiro de 2010, e do Jornal do Blog, site que criou em 2012.
1.
O
jornal o Estado de S.Paulo é o que mais aborda a questão ambiental? Qual o
motivo dessa preocupação?
O Grupo Estado, através da Agência
Estado, foi quem iniciou a cobertura do meio ambiente, como uma questão
fundamental para a sobrevivência do ser humano neste planeta. Isto ocorreu há
quase 20 anos, e foi seguida pelo Estado de S. Paulo. O ex-diretor da Agência
Estado, Rodrigo Mesquita, que foi presidente da ONG Mata Atlântica, foi o
precursor deste movimento dentro da Imprensa. Sua postura foi fundamental para
isto. Veja a defesa da Mata Atlântica, como foi decisiva, senão hoje ela não
existiria mais. Foi um pioneirismo, posteriormente seguido por outros jornais
brasileiros. Hoje a Vida do Estado de S. Paulo, traz ampla cobertura das
questões do meio ambiente.
O Rodrigo Mesquita é acionista do
Grupo Estado, como toda Família Mesquita.
2.
Que
tipo de angulação o jornal quer mostrar para os seus leitores?
Os jornalistas do Grupo, aqui estou
falando da Agência Estado e do Estado de S. Paulo, buscam o fato que seja
realmente importante, e que merece atenção por parte da sociedade. Algo que
exija uma ação imediata, que se faça algo, como é o caso do buraco de ozônio ou
ainda a poluição causada pelo desmatamento. São fatos do dia-a-dia que merecem
atenção e disposição da sociedade para que tudo volte ao normal, ou próximo.
Veja se a Imprensa não denunciasse o aquecimento do planeta, como ficaríamos?
As grandes geleiras dos pólos Norte e Sul estão aí se derretendo. O homem
precisa fazer algo. E as cordilheiras do Himalaia, na Ásia? Uma pena, a
devastação causada pelo homem nos últimos anos estão tendo conseqüências graves
agora.
3.
A
partir de quando o jornal percebeu que era importante incluir essas notícias no
seu periódico?
Esse sentimento da necessidade de cobrir
o meio ambiente surgiu a partir do momento em que se conscientizou que algo
deveria ser feito para a sua proteção por parte da Imprensa. E o que a Imprensa
pode fazer, é denunciar, mostrar o que está sendo feito de errado. A invasão de
áreas de mananciais começaram a ser vistas como fatores de devastação da
natureza, colocando em risco a existência de rios. A manutenção da mata
atlântica, é um exemplo singelo disto tudo. Hoje sua cobertura é pequena, mas
está sendo preservada e existem laboratórios botânicos que geraram espécimes de
plantas originais da mata atlântica, ajudando a sua preservação. O uso correto
da água, sem o desperdício também foi uma campanha que o Estado de S. Paulo e a
Agência Estado vem fazendo de forma permanente.
4. A abordagem sobre o meio ambiente na mídia, em geral, é feita de
forma adequada? Existem profissionais especializados para isso?
No início não existia repórter
especializado na defesa do meio ambiente, mas com o tempo eles foram se
formando. São jornalistas que fazem cursos especiais, ou se preparam com
leitura específica sobre o assunto. A primeira jornalista especializada foi
Liana John, que mora em
Campinas. Ela realmente foi uma pioneira, como repórter que
cuidava especificamente do meio ambiente na Agência Estado e no Estado de S.
Paulo. Uma busca no Google com o seu nome, pode comprovar isto. Hoje há muita
gente escrevendo sobre o meio ambiente, gente que estudou e se preparou.
5.
Qual
a sua opinião ao perceber que a questão ambiental sempre foi um assunto
importante, mas pouco mencionado e atualmente está sendo explorado por vários
meios de comunicação?
Eu entendo que é importante esta
cruzada por parte da Imprensa em relação à proteção do meio ambiente. Sem ela,
pode ter certeza, a situação seria pior do que já é hoje. Não sou
melodramático, mas a verdade é que dói, quando se visita a região de
Guarapiranga e se vê a invasão da represa invadida por gente que não se
preocupa com o meio ambiente e que parece gostar de viver cercado de lixo. Falta
nas escolas primárias, maior conscientização em relação ao meio ambiente. É
preciso que os vários governos, do Estado, do município e da União, se
aplicassem mais para implantar no ensino fundamental, uma forma pedagógica de
se ensinar o que se fazer para proteger o meio ambiente. Por que não fazer
isto?
- Grosso
modo, as matérias relacionadas ao meio ambiente não são aprofundadas. Por
que isso acontece, é falta de tempo para apurar o assunto ou falta de
conhecimento?
A verdade é que em alguns
jornais ou emissoras de rádio ou televisão, não se pode aprofundar e citar
termos mais científicos, que em alguns casos são exigidos. Esta é a realidade.
Por isso, é preciso que a matéria seja curta nas frases e com um bom e fácil
português para que se entenda de forma objetiva. Quando tiver algo mais
difícil, é preciso até se fazer um box para esclarecer o que significa o mais
difícil. Uma espécie de tradução. O superficial nos casos, na maioria mesmo, é
para facilitar a leitura. Quando há a oportunidade de aprofundar, no caso do
Estado de S. Paulo, se tem aprofundado. Esta é a verdade. O jornalista que
cobre o setor, além de fazer a matéria, e ele pode entender mais
cientificamente o que está fazendo, tem que se preocupar em traduzir para o
leitor. Está é uma realidade.
Por Angely Biffi
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