Curso reuniu mais de 150 pessoas e capacitou os funcionários dos cartórios da região na identificação de assinaturas.
Foi realizado neste sábado (26.09), na cidade de São José dos Campos, mais um curso de Grafotécnica e Documentoscopia, fruto da parceria entre Colégio Notarial do Brasil - Seção São Paulo (CNB-SP) e a Associação dos Registradores das Pessoas Naturais - São Paulo (Arpen-SP).
O curso levou 150 participantes ao auditório do Hotel Mercure, em palestra ministrada pelo professor Luiz Gabriel Passos.O palestrante iniciou sua apresentação ressaltando a compreensão que tem em relação à dificuldade dos serventuários em reconhecer documentos, isto pela rapidez com que devem atender os clientes. De acordo com Passos, os documentos de identidade não têm todos os padrões nacionais, apenas a Carteira Nacional de Habilitação.
O palestrante mencionou "um novo sistema nacional de identificação, que impedirá que alguém se passe por outra pessoa, pois não será possível duas pessoas com a mesma biometria (digital, foto e assinatura) no cadastro"."Estou achando ótimo, pois tinham várias coisas que eu não sabia que existia.
É muito bom para quem exerce a função de reconhecimento de documentos nos cartórios", afirma Otavio Augusto, escrevente do 3º Tabelionato de Notas de Mogi das Cruzes. ¿É a terceira vez que faço o curso, acho muito bom, sempre temos coisas novas para aprender, renovar nosso conhecimento é essencial¿, disse Maria de Fátima, escrevente do cartório de Quiririm.
O palestrante enfatizou que os serventuários são responsáveis pelas falsificações grosseiras e que a mais comum é a falsidade ideológica, ou seja, aquela feita por meio da carteira de identidade. "Vamos analisar o que for possível, aquilo que for primário e amador. De fato não conseguiremos analisar documentos falsificados de forma complexa", enfatizou Luiz Gabriel aos presentes.Luiz Gabriel iniciou sua palestra destacando a área de documentoscopia, apresentando as diversas informações sobre a estrutura dos documentos e formas de falsificação, com isso mostrava a todos como identificar algo aparentemente normal, destacando linhas, impressões e os brasões de cada Estado.
O palestrante enfatizou a análise de documentos pela nitidez dos brasões que cada estado tem e deu exemplo das frases em latim que aparecem em cada um e devem estar legíveis com a lupa.Após abordar estas estruturas, Passos falou a todos que analisassem sempre as fotos, que podem apresentar resquícios de corte ou cola e a impressão digital, explicando as diferenças entre a tinta correta e a tinta de carimbo, muito utilizada pelos falsários.
"É preciso atenção para que não passem despercebidas as falsificações amadoras, pois isso pode causar complicações criminais e cíveis, tanto para o escrevente quanto para a serventia", alertou.
De acordo com Francine Kelly, recepcionista do 1º Tabelionato de São José dos Campos, o curso foi muito proveitoso. ¿Acho de extrema importância todos nós que trabalhamos em cartório fazermos esse curso, pois mexemos todos os dias com documentos e com pessoas diversas, então, precisamos ficar atentas¿. Após o café da tarde, o palestrante passou a ensinar a análise da Carteira Nacional de Habilitação (CNH) e seus dispositivos de segurança, tanto as novas quanto as antigas. Passos lembrou que muitos preferem falsear a CNH por conter três identificações em um só documento e detalhou como os falsários podem "imitar" o auto-relevo do papel. Falou ainda sobre a análise dos fabricantes do papel que compõe o documento, pois papéis distintos em cada lado não são sinônimos de fraude. Identificação das AssinaturasPara finalizar o curso, Luiz Gabriel deu inicio à parte de Grafotécnica, descrevendo os modos de análise; forma, dinâmica, qualidades gerais e movimento. Foram apresentados casos de fraude em assinaturas e como identificá-los por meio dos quatro indícios citados.
Os presentes também foram alertados pelo palestrante que em suas atividades não se pode misturar amizade com as atividades profissionais, alertando que sempre é necessário analisar o cartão. "O dinamismo da escrita é o item que mais dará certeza de ser falsa ou não a assinatura", afirmou. ¿Alem disso, as condições climáticas e emocionais fazem com que a assinatura de uma pessoa se altere também, por isso, é necessário fazer com que ela assine varias vezes¿, concluiu."Aprendemos bastante com as dicas que são dadas, elas ajudam na identificação da pessoa. Para nós que trabalhamos em cartório é um ótimo curso. Vamos ficar mais atentos e nos prevenir de pessoas com más intenções", revelou Mateus de Paulo Lima, auxiliar do Cartório de São José dos Campos.Os participantes receberam dicas de como realizar a análise sem constranger quem estiver no balcão e também como orientar o próprio cliente a abrir uma firma que não facilite a falsificação. "Cumpram o papel didático, advertindo as pessoas quanto à qualidade de suas assinaturas, mostrando quando for muito simples de se copiar", finalizou.
Escrita por Angely Biffi
Fonte : Assessoria de Imprensa
Data Publicação : 29/09/2009
Comentários
Postar um comentário